sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Contos de Altamir #5

Ano oito - Arredores da Cidade de Vayu
-Que audácia! Como ousa?! – gritou Anolian. Agora Akutenshi está só, contra cinco, seria uma situação injusta para qualquer um, até mesmo para um rei tão poderoso, ele poderia ter corrido com Gildor, mas certamente os Ono tinham armas de disparo.

Tomado pela raiva Anolian sacou sua espada, era uma espada comum de seu clã, curta, estreita, ondulada e certamente estava envenenada, era quase uma adaga assassina, um pequeno arranhão poderia causar a morte e um golpe certeiro certamente mataria seu alvo.

Akutenshi se manteve sóbrio e calado, aquilo era como um insulto para Anolian. Foi quando ele, tomado pela fúria, se projetou na direção do rei e, numa velocidade incrível, o atacou. Num salto ele percorreu a distancia que os separava, sua espada partia do alto, de cima da sua cabeça, ele tentaria acabar Akutenshi num único golpe. O rei não parecia preocupado com aquele golpe, esteve parado até o ultimo segundo. Quando Anolian acreditava que acertaria a cabeça de Akutenshi ele desapareceu diante de seus olhos. Ao cair em pé, notou que ele estava atrás de si:
-M... Mas... Como?!
-Se tentar isso novamente, você não tocará mais o chão com vida.
Nem Anolian nem os que estavam com ele podiam acreditar na sua velocidade, eles não podiam acompanhá-lo nem com os olhos. Anolian virou-se golpeando horizontalmente com seu braço direito, o que empunhava a espada, fazendo uma rotação pra esquerda. Talvez um golpe menos previsível pudesse acertá-lo. E o mesmo aconteceu, ele simplesmente desapareceu no ultimo instante, e agora estava em sua frente, há três passos de distancia. O rei não parecia estar se movendo, era como se teletransportasse de um lugar para o outro, o único indício que ele estava se movendo era o seu cabelo, que insistentemente demorava a retornar ao lugar. Os que acompanhavam Anolian estavam sem reação, certamente tinham medo, com aquela velocidade ele poderia matá-los a qualquer momento.
-Seu insolente! – Gritou Anolian. E assim, com os olhos fixos em Akutenshi segurou sua pequena espada com as duas mãos e a tentou encravar em seu peito. A distancia foi percorrida por ele em apenas dois passos e sua espada o acertaria, porém, assim como os outros dois golpes, Akutenshi apenas esquivou no ultimo instante. Ao aparecer aos seus olhos novamente o rei estava bem perto, ao seu lado, dizendo:
-Não vê que não tem como vencer? Essa é uma luta que já acabou, e você já é um homem morto.
Foi então que três dos homens de Anolian caíram no chão:
-Sim, eles estão mortos... Em cada golpe seu eu matei um deles...
Nenhum deles sangrava, mas a segurança da voz de Akutenshi lhe dava certeza, eles estavam realmente mortos:
-Então isso acaba aqui!E agora! – disse Anolian. Akutenshi estava bem ao seu lado, era o mais próximo que ele tinha chegado até agora. E soltando a mão esquerda da espada que ainda mirava pra frente, Anolian pôs a mão pelas costas do rei, e direcionando sua espada ao peito desferiu seu ultimo golpe.

Os outros dois seguidores de Anolian ainda vivos puderam ver o sangue que esguichava. Entre eles certamente alguém havia morrido, mas como os dois se posicionavam atrás de Akutenshi, não podiam ver de quem era o sangue. Só podiam então, esperar pra ver qual deles cairia.

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