Ano oito - Arredores da Cidade de Vayu
-Que audácia! Como ousa?! – gritou Anolian. Agora Akutenshi está só, contra cinco, seria uma situação injusta para qualquer um, até mesmo para um rei tão poderoso, ele poderia ter corrido com Gildor, mas certamente os Ono tinham armas de disparo.
Tomado pela raiva Anolian sacou sua espada, era uma espada comum de seu clã, curta, estreita, ondulada e certamente estava envenenada, era quase uma adaga assassina, um pequeno arranhão poderia causar a morte e um golpe certeiro certamente mataria seu alvo.
Akutenshi se manteve sóbrio e calado, aquilo era como um insulto para Anolian. Foi quando ele, tomado pela fúria, se projetou na direção do rei e, numa velocidade incrível, o atacou. Num salto ele percorreu a distancia que os separava, sua espada partia do alto, de cima da sua cabeça, ele tentaria acabar Akutenshi num único golpe. O rei não parecia preocupado com aquele golpe, esteve parado até o ultimo segundo. Quando Anolian acreditava que acertaria a cabeça de Akutenshi ele desapareceu diante de seus olhos. Ao cair em pé, notou que ele estava atrás de si:
-M... Mas... Como?!
-Se tentar isso novamente, você não tocará mais o chão com vida.
Nem Anolian nem os que estavam com ele podiam acreditar na sua velocidade, eles não podiam acompanhá-lo nem com os olhos. Anolian virou-se golpeando horizontalmente com seu braço direito, o que empunhava a espada, fazendo uma rotação pra esquerda. Talvez um golpe menos previsível pudesse acertá-lo. E o mesmo aconteceu, ele simplesmente desapareceu no ultimo instante, e agora estava em sua frente, há três passos de distancia. O rei não parecia estar se movendo, era como se teletransportasse de um lugar para o outro, o único indício que ele estava se movendo era o seu cabelo, que insistentemente demorava a retornar ao lugar. Os que acompanhavam Anolian estavam sem reação, certamente tinham medo, com aquela velocidade ele poderia matá-los a qualquer momento.
-Seu insolente! – Gritou Anolian. E assim, com os olhos fixos em Akutenshi segurou sua pequena espada com as duas mãos e a tentou encravar em seu peito. A distancia foi percorrida por ele em apenas dois passos e sua espada o acertaria, porém, assim como os outros dois golpes, Akutenshi apenas esquivou no ultimo instante. Ao aparecer aos seus olhos novamente o rei estava bem perto, ao seu lado, dizendo:
-Não vê que não tem como vencer? Essa é uma luta que já acabou, e você já é um homem morto.
Foi então que três dos homens de Anolian caíram no chão:
-Sim, eles estão mortos... Em cada golpe seu eu matei um deles...
Nenhum deles sangrava, mas a segurança da voz de Akutenshi lhe dava certeza, eles estavam realmente mortos:
-Então isso acaba aqui!E agora! – disse Anolian. Akutenshi estava bem ao seu lado, era o mais próximo que ele tinha chegado até agora. E soltando a mão esquerda da espada que ainda mirava pra frente, Anolian pôs a mão pelas costas do rei, e direcionando sua espada ao peito desferiu seu ultimo golpe.
Os outros dois seguidores de Anolian ainda vivos puderam ver o sangue que esguichava. Entre eles certamente alguém havia morrido, mas como os dois se posicionavam atrás de Akutenshi, não podiam ver de quem era o sangue. Só podiam então, esperar pra ver qual deles cairia.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Contos de Altamir #4
Ano Sete - Cidade de Vayu
Enquanto em Agni e Varuna ainda não tinham sido nomeados os reis, Sundra se isolava com sua pequena população e seu rei misterioso. Após as migrações a ilha do sul, que é a menor, tornou-se também a menos populosa, apenas um clã restou.
Durante o sétimo ano, Em Vayu, teve inicio uma votação, onde os principais Clãs decidiram quem deveria ser o rei. As famílias nobres de Vayu eram conhecidas principalmente pelo seu bom senso e organização. Era onde havia mais Clãs, apesar de sua população ser menor do que as cidades da ilha central. Eram sete os principais Clãs de Vayu, eles cooperavam entre si, quase todos pacíficos, mas existiam exceções.
Ano oito - Arredores da Cidade de Vayu
Ao fim das votações Akutenshi Vindlys foi escolhido para ser o novo rei, cinco dos sete Clãs haviam indicado Akutenshi. Os outros dois votaram em Anolian Ono. Os Ono eram um Clã de antigos mercenários e matadores de aluguel de habilidade semelhante a dos Vindlys. Nas épocas de guerra que antecederam Altamir, os Ono eram um dos clãs mais temidos e odiados, eram considerados o lado obscuro de Vayu. Os Vyndlys por sua vez eram os mais nobres e afáveis moradores da cidade, talvez de todo o país, o que era salientado por sua habilidade, seus movimentos eram graciosos e a presença de um deles só era notada segundo sua vontade.
A coroação de Akutenshi seria uma vitoria do bem contra o mal, se fossem essas as opções, mas havia ainda aqueles que discordavam do novo rei. Assim um dos dois clãs que haviam votado contra a coroação de Akutenshi resolveu tomar para si o trono.
Pouco depois do meio do ano, uns três meses após a coroação de Akutenshi (que, diga-se de passagem, foi muito festejada tanto em Agni quanto em Vayu), as plantações que cercavam a cidade estavam bronzeadas, época de colheita do trigo. O novo rei se dirigia a sua morada após um longo dia de pesca, uma de suas atividades favoritas. Era quase fim de tarde e a brisa suave acariciava as gramíneas ali plantadas meses antes. Akutenshi se deixava conduzir pelo seu fiel cavalo branco que já conhecia o caminho de casa e era acompanhado pelo seu pupilo Gildor que vinha a pé (era costume em Altamir que os mais novos acompanhassem os mais velhos aprendendo), já era possível ver a entrada da cidade após a colina quando o rei parou:
- Garoto – disse ele se erguendo em cima do cavalo – parece que temos visitas indesejáveis hoje.
E descendo de sua montaria olhava ao redor. Gildor não entendia sua fala, e seu comportamento repentino.
- Vamos! Não tenho todo tempo do mundo! – Akutenshi olhava para a plantação ao dizer isso, e a firmeza se suas palavras fez aparecer dali cinco homens.
-Quem são eles? Disse Gildor surpreso e impressionado com a capacidade de percepção do rei.
-Eles são Ono, e não parece que vieram com boas intenções.
-Certamente meu rei – Disse um deles ironizando.
-Por que os Ono zombam do rei? – disse Akutenshi antes de ser interrompido.
-Você não é digno dessa coroa! – o mesmo que havia falado antes, agora denotava seu furor – viemos fazê-lo renunciar, e se isso não acontecer vamos matá-lo.
-Era desse insulto que eu falava, acredita mesmo que vocês podem me matar?! – e virando-se a este mais exaltado o rei prosseguiu – Então você é Anolian Ono? Acredito que não haverá como sair daqui sem lutar, então lhe aviso que trouxe seus amigos para a morte.
Os outros o olharam espantados:
-Gildor, suba – e apontou as rédeas de seu cavalo – Eu lhe alcanço antes do portão da cidade – Gildor subiu prontamente, Akutenshi mostrava segurança em todos seus movimentos, o garoto sabia que ele estava em desvantagem numérica, porém, depositava toda sua confiança em seu mestre nesse momento
Enquanto em Agni e Varuna ainda não tinham sido nomeados os reis, Sundra se isolava com sua pequena população e seu rei misterioso. Após as migrações a ilha do sul, que é a menor, tornou-se também a menos populosa, apenas um clã restou.
Durante o sétimo ano, Em Vayu, teve inicio uma votação, onde os principais Clãs decidiram quem deveria ser o rei. As famílias nobres de Vayu eram conhecidas principalmente pelo seu bom senso e organização. Era onde havia mais Clãs, apesar de sua população ser menor do que as cidades da ilha central. Eram sete os principais Clãs de Vayu, eles cooperavam entre si, quase todos pacíficos, mas existiam exceções.
Ano oito - Arredores da Cidade de Vayu
Ao fim das votações Akutenshi Vindlys foi escolhido para ser o novo rei, cinco dos sete Clãs haviam indicado Akutenshi. Os outros dois votaram em Anolian Ono. Os Ono eram um Clã de antigos mercenários e matadores de aluguel de habilidade semelhante a dos Vindlys. Nas épocas de guerra que antecederam Altamir, os Ono eram um dos clãs mais temidos e odiados, eram considerados o lado obscuro de Vayu. Os Vyndlys por sua vez eram os mais nobres e afáveis moradores da cidade, talvez de todo o país, o que era salientado por sua habilidade, seus movimentos eram graciosos e a presença de um deles só era notada segundo sua vontade.
A coroação de Akutenshi seria uma vitoria do bem contra o mal, se fossem essas as opções, mas havia ainda aqueles que discordavam do novo rei. Assim um dos dois clãs que haviam votado contra a coroação de Akutenshi resolveu tomar para si o trono.
Pouco depois do meio do ano, uns três meses após a coroação de Akutenshi (que, diga-se de passagem, foi muito festejada tanto em Agni quanto em Vayu), as plantações que cercavam a cidade estavam bronzeadas, época de colheita do trigo. O novo rei se dirigia a sua morada após um longo dia de pesca, uma de suas atividades favoritas. Era quase fim de tarde e a brisa suave acariciava as gramíneas ali plantadas meses antes. Akutenshi se deixava conduzir pelo seu fiel cavalo branco que já conhecia o caminho de casa e era acompanhado pelo seu pupilo Gildor que vinha a pé (era costume em Altamir que os mais novos acompanhassem os mais velhos aprendendo), já era possível ver a entrada da cidade após a colina quando o rei parou:
- Garoto – disse ele se erguendo em cima do cavalo – parece que temos visitas indesejáveis hoje.
E descendo de sua montaria olhava ao redor. Gildor não entendia sua fala, e seu comportamento repentino.
- Vamos! Não tenho todo tempo do mundo! – Akutenshi olhava para a plantação ao dizer isso, e a firmeza se suas palavras fez aparecer dali cinco homens.
-Quem são eles? Disse Gildor surpreso e impressionado com a capacidade de percepção do rei.
-Eles são Ono, e não parece que vieram com boas intenções.
-Certamente meu rei – Disse um deles ironizando.
-Por que os Ono zombam do rei? – disse Akutenshi antes de ser interrompido.
-Você não é digno dessa coroa! – o mesmo que havia falado antes, agora denotava seu furor – viemos fazê-lo renunciar, e se isso não acontecer vamos matá-lo.
-Era desse insulto que eu falava, acredita mesmo que vocês podem me matar?! – e virando-se a este mais exaltado o rei prosseguiu – Então você é Anolian Ono? Acredito que não haverá como sair daqui sem lutar, então lhe aviso que trouxe seus amigos para a morte.
Os outros o olharam espantados:
-Gildor, suba – e apontou as rédeas de seu cavalo – Eu lhe alcanço antes do portão da cidade – Gildor subiu prontamente, Akutenshi mostrava segurança em todos seus movimentos, o garoto sabia que ele estava em desvantagem numérica, porém, depositava toda sua confiança em seu mestre nesse momento
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Contos de Altamir #3
Segundo ano da era Kamael
Após a divisão do território de Altamir, a população supunha que as ilhas se tornariam independentes e com o tempo se desligariam totalmente, afinal, os Conselheiros seriam o único elo entre essas porções de terra. A partir desse pensamento, todos começaram a migrar entre as ilhas como nunca havia acontecido. Como imaginavam que as famílias nobres de cada ilha ficariam com a coroa, a população resolveu ir morar onde acreditava que se agradariam do rei futuramente coroado. A maioria se dirigia as cidades de Agni e Varuna.
As famílias nobres eram também chamadas de Clãs. Na era anterior a do reinado de Altamir a nação esteve sempre nas mãos da família mais poderosa, nessa época de guerra, os Clãs estavam em disputa pelo trono, eram guerras intermináveis. Os clãs se caracterizavam pelo seu poder, sendo mágico ou não, alguns eram especialistas em armas, outros em estratégias de batalha e outros em magia. A maioria dos Clãs, e os mais poderosos usavam magia elementar, cada um em seu seguimento. Outras habilidades também caracterizavam um Clã, e a mais rara delas era conhecida como Habilidade Milenar. Não era o tipo magia que se aprendia com treinamento, eram habilidades que simplesmente nasciam com a pessoa, e poderiam ser desenvolvidas ou não. Dizia-se também que elas podiam ser transmitidas aos filhos de alguma forma.
Porém, poucos Clãs restavam na era Kamael, muitos misturaram sua linhagem sanguínea com a população comum, outros caíram no esquecimento, alguns dos mais poderosos já nem existiam, como os Aidlan e os Barono. E assim como os clãs, as habilidades estavam esquecidas, poucos eram os que ainda exercitavam magia. No entanto, a morte de Kamael seguida da divisão do território iria fazer ressurgir a sede de luta desse povo guerreiro.
Ano cinco
No inicio do terceiro ano os Conselheiros já estavam nas cidades que lhe foram atribuídas, durante este e o quarto ano eles apenas observaram os moradores de suas cidades irem e virem, foram dois anos nos quais a população ainda se acostumava à nova realidade. Apenas no quinto ano as migrações cessaram. Neste ano, dois dos Clãs das cidades de Agni começaram a primeira de muitas rivalidades que surgiriam por toda Altamir.
Eram três os clãs de maior expressão em Agni, os Lumbre, os Vurr e os Scarlet. Os Vurr e os Lumbre se opunham em tudo, e nesse momento a maior discussão era relacionada ao próximo rei, os Scarlet eram um pouco mais amistosos, afinal, eram na maioria velhos ou bêbados (as vezes ambos). Todos os três eram representados pelo fogo, símbolo de seu poder.
Ainda nesse ano, em Varuna, também se iniciaram discussões no mesmo âmbito, entretanto, os moradores de Varuna eram mais pacíficos e cultos (alguns diriam metidos), nunca chegavam a confrontar-se em público. Os principais Clãs de Varuna eram o Akuana representado pela cura, Kurayuki e Vannsart ambos representado pela água.
Ano seis - Cidade de Agni
No sexto ano aconteceu a primeira coroação, uma cerimônia simples e discreta, assim como tudo na ilha do sul, onde, além dos Conselheiros apenas alguns moradores de Sundra estiveram presentes. Lisianto era seu nome, poucos em Agni o viram. Muitos boatos surgiram então, alguns diziam que era um homem, outros que era uma mulher, tinha os que diziam que era tão poderoso que quando os Conselheiros o viram já sabiam que seria o novo rei.
Um bêbado disse ter visto o novo rei passar, vestido num manto preto e com uma flor roxa presa em seu cabelo.
Após a divisão do território de Altamir, a população supunha que as ilhas se tornariam independentes e com o tempo se desligariam totalmente, afinal, os Conselheiros seriam o único elo entre essas porções de terra. A partir desse pensamento, todos começaram a migrar entre as ilhas como nunca havia acontecido. Como imaginavam que as famílias nobres de cada ilha ficariam com a coroa, a população resolveu ir morar onde acreditava que se agradariam do rei futuramente coroado. A maioria se dirigia as cidades de Agni e Varuna.
As famílias nobres eram também chamadas de Clãs. Na era anterior a do reinado de Altamir a nação esteve sempre nas mãos da família mais poderosa, nessa época de guerra, os Clãs estavam em disputa pelo trono, eram guerras intermináveis. Os clãs se caracterizavam pelo seu poder, sendo mágico ou não, alguns eram especialistas em armas, outros em estratégias de batalha e outros em magia. A maioria dos Clãs, e os mais poderosos usavam magia elementar, cada um em seu seguimento. Outras habilidades também caracterizavam um Clã, e a mais rara delas era conhecida como Habilidade Milenar. Não era o tipo magia que se aprendia com treinamento, eram habilidades que simplesmente nasciam com a pessoa, e poderiam ser desenvolvidas ou não. Dizia-se também que elas podiam ser transmitidas aos filhos de alguma forma.
Porém, poucos Clãs restavam na era Kamael, muitos misturaram sua linhagem sanguínea com a população comum, outros caíram no esquecimento, alguns dos mais poderosos já nem existiam, como os Aidlan e os Barono. E assim como os clãs, as habilidades estavam esquecidas, poucos eram os que ainda exercitavam magia. No entanto, a morte de Kamael seguida da divisão do território iria fazer ressurgir a sede de luta desse povo guerreiro.
Ano cinco
No inicio do terceiro ano os Conselheiros já estavam nas cidades que lhe foram atribuídas, durante este e o quarto ano eles apenas observaram os moradores de suas cidades irem e virem, foram dois anos nos quais a população ainda se acostumava à nova realidade. Apenas no quinto ano as migrações cessaram. Neste ano, dois dos Clãs das cidades de Agni começaram a primeira de muitas rivalidades que surgiriam por toda Altamir.
Eram três os clãs de maior expressão em Agni, os Lumbre, os Vurr e os Scarlet. Os Vurr e os Lumbre se opunham em tudo, e nesse momento a maior discussão era relacionada ao próximo rei, os Scarlet eram um pouco mais amistosos, afinal, eram na maioria velhos ou bêbados (as vezes ambos). Todos os três eram representados pelo fogo, símbolo de seu poder.
Ainda nesse ano, em Varuna, também se iniciaram discussões no mesmo âmbito, entretanto, os moradores de Varuna eram mais pacíficos e cultos (alguns diriam metidos), nunca chegavam a confrontar-se em público. Os principais Clãs de Varuna eram o Akuana representado pela cura, Kurayuki e Vannsart ambos representado pela água.
Ano seis - Cidade de Agni
No sexto ano aconteceu a primeira coroação, uma cerimônia simples e discreta, assim como tudo na ilha do sul, onde, além dos Conselheiros apenas alguns moradores de Sundra estiveram presentes. Lisianto era seu nome, poucos em Agni o viram. Muitos boatos surgiram então, alguns diziam que era um homem, outros que era uma mulher, tinha os que diziam que era tão poderoso que quando os Conselheiros o viram já sabiam que seria o novo rei.
Um bêbado disse ter visto o novo rei passar, vestido num manto preto e com uma flor roxa presa em seu cabelo.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Contos de Altamir #2
Ano 38 da era Kamael - Fortaleza Dourada de Agni
O menino que causou aquela cicatriz em seu rosto transpassando seu elmo apenas com as mãos se tornou um homem, seu olhar calmo após aquela explosão poderosa o inquietava, Kalil lembra bem daquele semblante afoito de antigamente. Fuuno, o garoto que queria vingar a morte de sua mãe estava ali novamente.
Apollyon ergueu a cabeça voltando seus olhos a Kalil. Aqueles olhos vermelhos. Foi a primeira vez que ele os vira, mas lhe pareciam conhecidos, como um déjà vu. Ao olhar novamente a porta, onde se encontrava Fuuno, Kalil notou outra presença, era uma garota. Esta, num primeiro momento se assemelhava a sua própria filha.
Kalil não imaginava como e porque Apollyon estava ao lado de Fuuno, afinal, eles eram rivais em tudo, além disso, reivindicavam para si o mesmo território.
Como não havia sinal de explosões, Apollyon veio só, sem seu exercito incendiário.
Tudo era uma grande interrogação aos olhos do Imperador. Nenhum deles esboçava uma palavra, o objetivo deles era óbvio, não havia mais o que dizer.
Segundo ano da era Kamael - Cidade de Agni
Há um mês atrás anunciaram, os Conselheiros anciãos iriam se pronunciar na frente do castelo de Kamael, na cidade de Agni, onde ele viveu seus últimos anos.
Durante dois anos a população pouco comentou sobre a morte de Kamael, o pesar ao falar sobre esse assunto era muito claro, ele era realmente querido pelo povo. No entanto, durante o ultimo mês esse era o assunto mais falado, em todas as tavernas, feiras, e praças. Tanto na cidade de Agni quanto nos vilarejos ao redor, e até na cidade de Varuna (a outra grande cidade da ilha central no território de Altamir, onde Kamael nasceu, foi coroado e viveu muitos anos).
No meio da tarde uma multidão se formou em frente ao castelo, todos queriam conhecer o novo rei. Ali havia pessoas vindas de toda Altamir. Os pacíficos moradores de Vayu, na ilha do norte estavam em menor número, os incansáveis trabalhadores de Sundra, a cidade principal da ilha sul se faziam presentes também, e um pouco mais numerosos que estes os moradores de Varuna a cidade ao leste da ilha central.
Então, enquanto o povo esperava pacificamente, as portas do castelo foram abertas. Os que estavam sentados se levantavam, as crianças subiam aos ombros de seus pais, os jovens subiam em arvores ou nas muretas, todos com a mesma intenção, de ouvir o pronunciamento dos Conselheiros.
Ao clarear daquela porta selada por dois anos saiu, não sete, mas apenas um Ancião, o que entre eles era considerado mais sábio. Poucos e lentos foram os passos que ele deu até antes do início da escadaria do castelo, onde o próprio Kamael costumava se pronunciar em público. Ainda de cabeça baixa parou. O silencio foi absoluto.
- Em nome de Kamael, e em nome de todos os Conselheiros eu venho perante o povo de Altamir - disse ele erguendo sua cabeça fitando toda aquela multidão - Estou certo que todos aqui vieram esperando a nomeação de um novo rei, porém, infelizmente não é isso que acontecerá nessa tarde.
Ao dizer essas palavras o povo inquietou-se, quebrando aquele silencio anterior. Foi quando saíram da porta os outros seis sábios. Andando em duplas eles foram até atrás do que já falava:
- Hoje é um dia de mudança. Disse o primeiro. Durante o primeiro ano cogitamos quem deveria substituir Kamael, porém, não havia ninguém com méritos para tal, Então após muito pensar resolvemos dividir nosso país.
As inquietações só aumentavam.
- Como vêem. E virou-se para mostrar os que estavam atrás de si. E certamente já estão supondo, cada ilha a partir de agora será governada individualmente, e caberá aos sábios conselheiros, indicar aquele mais adequado ao trono. Após uma pequena pausa ele prosseguiu:
- Cada rei deverá ser coroado em Agni, e deveram ter a aprovação de todos os sábios. Com isso, irão dois Conselheiros ao norte, dois ao sul e três de nós ficarão aqui.
Certamente os respeitados e sábios Conselheiros tinham boas intenções, e a decisão deles foi a melhor solução no momento. Porém, não sabiam no que poderia resultar a independência das ilhas.
O menino que causou aquela cicatriz em seu rosto transpassando seu elmo apenas com as mãos se tornou um homem, seu olhar calmo após aquela explosão poderosa o inquietava, Kalil lembra bem daquele semblante afoito de antigamente. Fuuno, o garoto que queria vingar a morte de sua mãe estava ali novamente.
Apollyon ergueu a cabeça voltando seus olhos a Kalil. Aqueles olhos vermelhos. Foi a primeira vez que ele os vira, mas lhe pareciam conhecidos, como um déjà vu. Ao olhar novamente a porta, onde se encontrava Fuuno, Kalil notou outra presença, era uma garota. Esta, num primeiro momento se assemelhava a sua própria filha.
Kalil não imaginava como e porque Apollyon estava ao lado de Fuuno, afinal, eles eram rivais em tudo, além disso, reivindicavam para si o mesmo território.
Como não havia sinal de explosões, Apollyon veio só, sem seu exercito incendiário.
Tudo era uma grande interrogação aos olhos do Imperador. Nenhum deles esboçava uma palavra, o objetivo deles era óbvio, não havia mais o que dizer.
Segundo ano da era Kamael - Cidade de Agni
Há um mês atrás anunciaram, os Conselheiros anciãos iriam se pronunciar na frente do castelo de Kamael, na cidade de Agni, onde ele viveu seus últimos anos.
Durante dois anos a população pouco comentou sobre a morte de Kamael, o pesar ao falar sobre esse assunto era muito claro, ele era realmente querido pelo povo. No entanto, durante o ultimo mês esse era o assunto mais falado, em todas as tavernas, feiras, e praças. Tanto na cidade de Agni quanto nos vilarejos ao redor, e até na cidade de Varuna (a outra grande cidade da ilha central no território de Altamir, onde Kamael nasceu, foi coroado e viveu muitos anos).
No meio da tarde uma multidão se formou em frente ao castelo, todos queriam conhecer o novo rei. Ali havia pessoas vindas de toda Altamir. Os pacíficos moradores de Vayu, na ilha do norte estavam em menor número, os incansáveis trabalhadores de Sundra, a cidade principal da ilha sul se faziam presentes também, e um pouco mais numerosos que estes os moradores de Varuna a cidade ao leste da ilha central.
Então, enquanto o povo esperava pacificamente, as portas do castelo foram abertas. Os que estavam sentados se levantavam, as crianças subiam aos ombros de seus pais, os jovens subiam em arvores ou nas muretas, todos com a mesma intenção, de ouvir o pronunciamento dos Conselheiros.
Ao clarear daquela porta selada por dois anos saiu, não sete, mas apenas um Ancião, o que entre eles era considerado mais sábio. Poucos e lentos foram os passos que ele deu até antes do início da escadaria do castelo, onde o próprio Kamael costumava se pronunciar em público. Ainda de cabeça baixa parou. O silencio foi absoluto.
- Em nome de Kamael, e em nome de todos os Conselheiros eu venho perante o povo de Altamir - disse ele erguendo sua cabeça fitando toda aquela multidão - Estou certo que todos aqui vieram esperando a nomeação de um novo rei, porém, infelizmente não é isso que acontecerá nessa tarde.
Ao dizer essas palavras o povo inquietou-se, quebrando aquele silencio anterior. Foi quando saíram da porta os outros seis sábios. Andando em duplas eles foram até atrás do que já falava:
- Hoje é um dia de mudança. Disse o primeiro. Durante o primeiro ano cogitamos quem deveria substituir Kamael, porém, não havia ninguém com méritos para tal, Então após muito pensar resolvemos dividir nosso país.
As inquietações só aumentavam.
- Como vêem. E virou-se para mostrar os que estavam atrás de si. E certamente já estão supondo, cada ilha a partir de agora será governada individualmente, e caberá aos sábios conselheiros, indicar aquele mais adequado ao trono. Após uma pequena pausa ele prosseguiu:
- Cada rei deverá ser coroado em Agni, e deveram ter a aprovação de todos os sábios. Com isso, irão dois Conselheiros ao norte, dois ao sul e três de nós ficarão aqui.
Certamente os respeitados e sábios Conselheiros tinham boas intenções, e a decisão deles foi a melhor solução no momento. Porém, não sabiam no que poderia resultar a independência das ilhas.
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