Ano dez – Grande Arena de Agni
-Pode me deixar aqui – disse Romeu – quero assistir a essa luta.
Felipo deixou Romeu sentado ao lado da porta, no chão. Virou-se e retornou ao centro da arena, vindo na direção oposta que Enric. Akutenshi não estava mais no centro da arena, saiu pela mesma porta que Lara, passando pelo lado de Enric, sem que este lhe prestasse atenção.
Chegaram quase ao mesmo tempo ao centro da arena:
-Que comece a segunda semifinal! – exclamou Levi. E não perderam tempo.
Felipo partiu pra cima, com sua espada gigante. Uma lamina negra sem brilho, que tinha um metro e meio de tamanho por vinte centímetros de largura. Com apenas um gume e punho de quarenta centímetros, ou mais. A espada negra tinha perto da extremidade da lamina, um ângulo até a ponta, na parte sem fio, havia uma concavidade em forma de semicírculo que parecia amolada, e perto do punho, no centro da folha, um circulo vazado.
Um homem grande, quase dois metros de altura, de porte robusto, pele pouco mais clara que a da Enric e cabelo igualmente escuro e curto, correu rapidamente e em linha reta o pequeno percurso e golpeou horizontalmente. Enric ainda estava atinado quando recebeu o golpe, defendendo-o com seu machado. O barulho do encontro daquelas duas armas causou um grande estrondo. Um barulho agudo de metais se chocando, seguido de um grave, referente à colisão daquelas massas de energia.
Os pés de Enric quase se desprenderam do solo, foi arrastado por alguns centímetros para o lado. Ele segurava a arma com as duas mãos e com bastante esforço manteve-se firme. Dali não havia maneira de contra-golpear, então tudo que pode fazer, foi empurrar seu adversário usando o peso de seu corpo. Felipo aproveitou o impulso e parou a dois metros.
-Muito forte... – disse Enric, e respirou fundo.
-Você ainda não viu nada – disse o outro. Enric estava revestido por uma armadura negra completa com detalhes vermelhos. Apenas os pés e as mãos não tinham parte na indumentária metálica. Em sua cabeça, um capacete negro reluzente com detalhes em vermelho, era a peça mais notável de sua armadura. Sem visor, apenas com um protetor na direção do nariz, um desenho em relevo nas laterais que lembrava a pele de um réptil e uma silhueta superior que fazia parecer uma espécie dantesca de lagarto.
Felipo foi pra cima novamente, mas dessa vez Enric também partiu, e ao mesmo tempo aquelas grandes armas se chocaram a curta distancia. Novamente houve aquele barulho.
Monstros... -Levi se arrepiou ao pensar que naquele lugar eles estavam totalmente vulneráveis a todo aquele poder.
Os choques se seguiram repetidamente, e em cada um, o impacto trazia um barulho intenso.
-Quando você vai começar a lutar de verdade? – disse Felipo no intervalo de um golpe.
-Assim que você me mostrar do que é capaz – respondeu o outro.
-Eu já ouvi isso antes, e o resultado não Foi nada bom – Felipo saltava para traz novamente, pelo impacto de um golpe de Enric. Colocou os pés no chão enquanto freava sua trajetória. Ao parar totalmente ele deixou-se cair pra frente, tocando a mão esquerda no solo e posicionando a direita, que empunhava a espada gigante, para traz – Salamandra – disse num idioma semelhante ao comum, mas com um sotaque arrastado, que soava como "Sialamandga". Seus olhos se tornaram totalmente negros e a mão que tocava o solo, avermelhada. Estava numa posição animalesca e Enric parecia realmente impressionado.
Num impulso utilizando os três membros que tocavam o solo, Felipo disparou e golpeou seu adversário com uma força incrível. Tamanha que Enric, mesmo defendendo o golpe, foi atirado contra o muro da arquibancada, destruindo uma parte daquela proteção.
Uma densa massa de poeira se formou e de dento dela saiu Enric em um salto. No entanto, ao ganhar alguma altitude foi atacado novamente por um golpe por trás. Um soco com as duas mãos, que o jogou como uma flecha contra o chão, criando ali um segundo buraco na arena.
E como se não fosse bastante, Felipo ainda no ar fez com a mão esquerda alguns gestos rapidamente, algo como a invocação de uma magia. Retirou o capacete, respirou profundamente e no local onde estava Enric, cuspiu fogo. O fogo negro desceu como uma rajada enfurecida em direção ao buraco que se encontrava o outro.
domingo, 11 de setembro de 2011
domingo, 4 de setembro de 2011
Contos de Altamir #30
Ano dez – Grande Arena de Agni
Felipo Vuur, que ainda estava dento da arena, caminhou devagar até o centro, onde estavam os lutadores. Chegou ao lado de Romeu, segurou o braço dele e pôs por cima do seu ombro.
-Lutou bem, meu amigo – disse Felipo. A multidão estava em silencio absoluto.
-É a primeira vez que você foi amistoso comigo – respondeu Romeu antes de deixar seu peso cair sobre o ombro do outro.
-Eu respeito um grande guerreiro quando eu reconheço um – disse ele voz baixa - A vitória é da moça! – gritou logo em seguida.
-É justo – sussurrou o outro sorrindo.
Lara encolheu o braço lentamente, levando-o ao tronco. Pôs a mão direita contra o solo pressionando para forçar seu corpo a se levantar. Não se ouvia nenhuma voz vinda das arquibancadas. Ela conseguiu dolorosamente colocar-se de joelhos, ainda com a espada em mãos. Ergueu a mão direita com a espada empunhada, e encravou no solo, servindo-lhe de apoio para levantar-se. Lentamente, ergueu totalmente o corpo.
Ela estava a menos de um metro de distancia dos outros dois ali presentes. Ajustou sua postura, mesmo ainda cambaleante pôs-se em posição de ataque, com sua espada na frente do corpo.
A multidão aplaudiu ao ver o grande esforço da moça pra continuar sua luta. Akutenshi pulou do camarote onde estava, descendo surpreendentemente no meio da arena, tocando o chão argiloso com leveza. Segurou os pulsos da moça com a mão esquerda:
-Tudo bem, pode descansar agora - Lara abaixou a espada e caiu nos braços dele.
Da porta da arena, Enric assistia a cena. Romeu, ensangüentado e sendo carregado por Felipo, Lara, nos braços de Akutenshi, provavelmente sairia dali carregada, e o seu oponente também saíra dali da mesma forma. Nas duas lutas anteriores, o vencido saiu totalmente desgastado. Mas naquela, ambos estavam totalmente mortiços.
Enric sabia que Romeu era um grande guerreiro. Certa vez, quando foi à Varuna, o viu lutar, e ficou impressionado com seu poder. Ele acreditava que Lara poderia ser derrotada, e então lutaria contra Romeu na final, após derrotar Agamenon e Felipo – pois já acreditava em suas vitórias, antes mesmo do início das lutas. No entanto, não esperava que esse revés fosse possível. Agora, segundo a estimativa dele, seria obrigado a lutar contra Lara. Logo agora que desenvolvia um afeto por ela.
Lara desvencilhou-se dos braços de Akutenshi visivelmente cansada. Num movimento único, embainhou a espada e virou-se lentamente para a saída da arena. Andou quase mancando até a porta que Enric estava:
-Não esperava tanto de você – disse ele.
Ela parou ao lado dele.
-Verá muito mais na final – fez uma pausa com a respiração cortada – se não se matar até lá.
Ela percebeu - pensou ele.
Impressionado com a capacidade de percepção dela, ficou sem palavras. Em um momento na luta de Enric, ele cometeu um grande erro. Deixou que seu adversário chegasse ao seu ponto cego e o atingisse.
O que todos viram foi que o Alvo tinha executado um movimento veloz e com muita precisão. Contudo, o que aconteceu realmente não foi em momento nenhum mérito de Agamenon, mas um descaso do seu oponente. No momento que seu adversário estava atrás de si, Enric se virou numa velocidade incrível, imperceptível aos olhos destreinados. Poderia então, acabar com a luta naquele instante. Mas, apesar de sua posição privilegiada e seus movimentos mais rápidos do que o de seu adversário, Enric escolheu virar-se novamente de costas e receber o golpe.
Enquanto isso, Felipo Vurr saia pelo outro extremo da arena carregando Romeu.
-Então você é o Tritão... – disse ele, e Romeu retribuiu apenas um sorriso maroto – e Enric é o dragão.
-Isso mais está parecendo uma batalha de animais contra pessoas – sorriu debochado.
-Acho que a próxima luta será entre dois animais – disse Felipo.
Romeu desfez o sorriso do rosto.
Felipo Vuur, que ainda estava dento da arena, caminhou devagar até o centro, onde estavam os lutadores. Chegou ao lado de Romeu, segurou o braço dele e pôs por cima do seu ombro.
-Lutou bem, meu amigo – disse Felipo. A multidão estava em silencio absoluto.
-É a primeira vez que você foi amistoso comigo – respondeu Romeu antes de deixar seu peso cair sobre o ombro do outro.
-Eu respeito um grande guerreiro quando eu reconheço um – disse ele voz baixa - A vitória é da moça! – gritou logo em seguida.
-É justo – sussurrou o outro sorrindo.
Lara encolheu o braço lentamente, levando-o ao tronco. Pôs a mão direita contra o solo pressionando para forçar seu corpo a se levantar. Não se ouvia nenhuma voz vinda das arquibancadas. Ela conseguiu dolorosamente colocar-se de joelhos, ainda com a espada em mãos. Ergueu a mão direita com a espada empunhada, e encravou no solo, servindo-lhe de apoio para levantar-se. Lentamente, ergueu totalmente o corpo.
Ela estava a menos de um metro de distancia dos outros dois ali presentes. Ajustou sua postura, mesmo ainda cambaleante pôs-se em posição de ataque, com sua espada na frente do corpo.
A multidão aplaudiu ao ver o grande esforço da moça pra continuar sua luta. Akutenshi pulou do camarote onde estava, descendo surpreendentemente no meio da arena, tocando o chão argiloso com leveza. Segurou os pulsos da moça com a mão esquerda:
-Tudo bem, pode descansar agora - Lara abaixou a espada e caiu nos braços dele.
Da porta da arena, Enric assistia a cena. Romeu, ensangüentado e sendo carregado por Felipo, Lara, nos braços de Akutenshi, provavelmente sairia dali carregada, e o seu oponente também saíra dali da mesma forma. Nas duas lutas anteriores, o vencido saiu totalmente desgastado. Mas naquela, ambos estavam totalmente mortiços.
Enric sabia que Romeu era um grande guerreiro. Certa vez, quando foi à Varuna, o viu lutar, e ficou impressionado com seu poder. Ele acreditava que Lara poderia ser derrotada, e então lutaria contra Romeu na final, após derrotar Agamenon e Felipo – pois já acreditava em suas vitórias, antes mesmo do início das lutas. No entanto, não esperava que esse revés fosse possível. Agora, segundo a estimativa dele, seria obrigado a lutar contra Lara. Logo agora que desenvolvia um afeto por ela.
Lara desvencilhou-se dos braços de Akutenshi visivelmente cansada. Num movimento único, embainhou a espada e virou-se lentamente para a saída da arena. Andou quase mancando até a porta que Enric estava:
-Não esperava tanto de você – disse ele.
Ela parou ao lado dele.
-Verá muito mais na final – fez uma pausa com a respiração cortada – se não se matar até lá.
Ela percebeu - pensou ele.
Impressionado com a capacidade de percepção dela, ficou sem palavras. Em um momento na luta de Enric, ele cometeu um grande erro. Deixou que seu adversário chegasse ao seu ponto cego e o atingisse.
O que todos viram foi que o Alvo tinha executado um movimento veloz e com muita precisão. Contudo, o que aconteceu realmente não foi em momento nenhum mérito de Agamenon, mas um descaso do seu oponente. No momento que seu adversário estava atrás de si, Enric se virou numa velocidade incrível, imperceptível aos olhos destreinados. Poderia então, acabar com a luta naquele instante. Mas, apesar de sua posição privilegiada e seus movimentos mais rápidos do que o de seu adversário, Enric escolheu virar-se novamente de costas e receber o golpe.
Enquanto isso, Felipo Vurr saia pelo outro extremo da arena carregando Romeu.
-Então você é o Tritão... – disse ele, e Romeu retribuiu apenas um sorriso maroto – e Enric é o dragão.
-Isso mais está parecendo uma batalha de animais contra pessoas – sorriu debochado.
-Acho que a próxima luta será entre dois animais – disse Felipo.
Romeu desfez o sorriso do rosto.
sábado, 3 de setembro de 2011
Contos de Altamir #29
Ano dez – Grande Arena de Agni
Romeu empunhou sua espada com as duas mãos na frente do corpo e Lara fez o mesmo. Ele sabia que aquela era a especialidade dela, o Kendo. Estavam a três metros um do outro. E mesmo àquela distancia, ambos podiam sentir a emanação de poder do adversário. Provavelmente, ali estavam os mais poderosos guerreiros de Varuna.
Lara fechou os olhos em sinal de extrema concentração. Abriu-os novamente e se deparou com duas mudanças repentinas que lhe impressionaram, tirando um pouco o foco de sua concentração.
A espada de seu adversário cresceu, estava agora muito maior que a sua, chegando a um metro e meio e mantendo ainda a mesma espessura. Mas o que mais lhe impressionou, aconteceu com sua própria arma. Ela podia sentir uma vibração na lamina da Katana. Uma força parecia querer sair da arma, o oposto do que foi acostumada a fazer.
Em seus treinamentos, Lara foi ensinada a por seu poder na arma. Mas nesse momento a espada parecia ter poder próprio, ela sentia que havia algo de especial na arma e sabia que poderia usar essa habilidade.
Com os olhos fixos na lamina, ela se recompôs, flexionando perfeitamente o corpo para se por na postura perfeita que lhe era característica. Concentrou toda sua vontade e desejo de vitoria naquele momento e deixou-se ser invadida pela emanação da arma.
- Mizuken... – disse ela. Esse era o primeiro nome cravado na espada. E as outras palavras fluíram de sua boca – Nagareru Furi! – quando terminou de falar ao seu redor surgiu uma aura espectral de cor azulada.
No chão, ao redor dela, se formou um circulo de luz, rodeado de palavras e símbolos de varias linguagens, épocas e lugares diferentes. Os símbolos se desprendiam do chão como centelhas de uma fogueira, enquanto novos apareciam e seguiam o mesmo caminho até chegar ao corpo da moça. Naquele momento a platéia se admirava com o encanto daquela habilidade, enquanto o não tão impressionado, Romeu, também concentrava em sua espada o trunfo que poderia lhe trazer a vitória.
O rosto dele havia mudado, escamas apareceram perto de suas orelhas, e em sua testa surgiram marcas. Do símbolo azul semelhante a um tridente no centro da testa, saiam duas linhas retas na horizontal, que chegavam ao cabelo. Marcas azuis escuro surgiram em seus antebraços, linhas grossas que pareciam ter sido desenhadas aleatoriamente, algumas chegavam até seu pulso.
Ele sibilou algumas palavras enquanto a aura que envolvia Lara explodiu se transformando em pura energia, formou uma esfera de luz ao redor de si e depois se contraiu em seu corpo.
Partiram de encontro ao mesmo tempo, num único impulso. E ao se chocarem uma grande explosão aconteceu, causando uma cratera no centro da arena. Em seguida uma grande e densa coluna de poeira se ergueu e ninguém pôde ver o que tinha acontecido ali por alguns instantes.
Inquietos e curiosos, os espectadores sussurravam nas arquibancadas enquanto todos no camarote central permaneciam em silencio, impressionados. Enquanto a nuvem de poeira se dispersava, Levi se levantou.
Três minutos depois já podiam ver o corpo de Lara estirado no chão, de bruços. Sua roupa estava suja, de sangue e de poeira. Logo em seguida Romeu pôde ser visto. Mantinha-se em pé ao lado dela, observando o corpo caído. Estava sem o manto, e podia-se ver as marcas azul escuro em seus braços desvanecendo e dando lugar ao sangue que brotava de sua pele.
Ainda no chão, Lara fechou os dedos sobre a espada que ainda segurava, como num espasmo involuntário. Seu rosto estava abatido no chão, seus olhos fechados, e sua respiração ofegante.
Não posso perder - pensou ela - Não agora que estou tão perto da vitória. Tão perto do reconhecimento - Sua mente lutava desesperadamente contra a invalidez do seu corpo. Naquele momento critico, Lara deveria demonstrar toda sua força de vontade e se por de pé pra terminar a luta. E força de vontade é o que ela tinha de sobra.
Romeu empunhou sua espada com as duas mãos na frente do corpo e Lara fez o mesmo. Ele sabia que aquela era a especialidade dela, o Kendo. Estavam a três metros um do outro. E mesmo àquela distancia, ambos podiam sentir a emanação de poder do adversário. Provavelmente, ali estavam os mais poderosos guerreiros de Varuna.
Lara fechou os olhos em sinal de extrema concentração. Abriu-os novamente e se deparou com duas mudanças repentinas que lhe impressionaram, tirando um pouco o foco de sua concentração.
A espada de seu adversário cresceu, estava agora muito maior que a sua, chegando a um metro e meio e mantendo ainda a mesma espessura. Mas o que mais lhe impressionou, aconteceu com sua própria arma. Ela podia sentir uma vibração na lamina da Katana. Uma força parecia querer sair da arma, o oposto do que foi acostumada a fazer.
Em seus treinamentos, Lara foi ensinada a por seu poder na arma. Mas nesse momento a espada parecia ter poder próprio, ela sentia que havia algo de especial na arma e sabia que poderia usar essa habilidade.
Com os olhos fixos na lamina, ela se recompôs, flexionando perfeitamente o corpo para se por na postura perfeita que lhe era característica. Concentrou toda sua vontade e desejo de vitoria naquele momento e deixou-se ser invadida pela emanação da arma.
- Mizuken... – disse ela. Esse era o primeiro nome cravado na espada. E as outras palavras fluíram de sua boca – Nagareru Furi! – quando terminou de falar ao seu redor surgiu uma aura espectral de cor azulada.
No chão, ao redor dela, se formou um circulo de luz, rodeado de palavras e símbolos de varias linguagens, épocas e lugares diferentes. Os símbolos se desprendiam do chão como centelhas de uma fogueira, enquanto novos apareciam e seguiam o mesmo caminho até chegar ao corpo da moça. Naquele momento a platéia se admirava com o encanto daquela habilidade, enquanto o não tão impressionado, Romeu, também concentrava em sua espada o trunfo que poderia lhe trazer a vitória.
O rosto dele havia mudado, escamas apareceram perto de suas orelhas, e em sua testa surgiram marcas. Do símbolo azul semelhante a um tridente no centro da testa, saiam duas linhas retas na horizontal, que chegavam ao cabelo. Marcas azuis escuro surgiram em seus antebraços, linhas grossas que pareciam ter sido desenhadas aleatoriamente, algumas chegavam até seu pulso.
Ele sibilou algumas palavras enquanto a aura que envolvia Lara explodiu se transformando em pura energia, formou uma esfera de luz ao redor de si e depois se contraiu em seu corpo.
Partiram de encontro ao mesmo tempo, num único impulso. E ao se chocarem uma grande explosão aconteceu, causando uma cratera no centro da arena. Em seguida uma grande e densa coluna de poeira se ergueu e ninguém pôde ver o que tinha acontecido ali por alguns instantes.
Inquietos e curiosos, os espectadores sussurravam nas arquibancadas enquanto todos no camarote central permaneciam em silencio, impressionados. Enquanto a nuvem de poeira se dispersava, Levi se levantou.
Três minutos depois já podiam ver o corpo de Lara estirado no chão, de bruços. Sua roupa estava suja, de sangue e de poeira. Logo em seguida Romeu pôde ser visto. Mantinha-se em pé ao lado dela, observando o corpo caído. Estava sem o manto, e podia-se ver as marcas azul escuro em seus braços desvanecendo e dando lugar ao sangue que brotava de sua pele.
Ainda no chão, Lara fechou os dedos sobre a espada que ainda segurava, como num espasmo involuntário. Seu rosto estava abatido no chão, seus olhos fechados, e sua respiração ofegante.
Não posso perder - pensou ela - Não agora que estou tão perto da vitória. Tão perto do reconhecimento - Sua mente lutava desesperadamente contra a invalidez do seu corpo. Naquele momento critico, Lara deveria demonstrar toda sua força de vontade e se por de pé pra terminar a luta. E força de vontade é o que ela tinha de sobra.
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