Ano dez - Fortaleza dourada de Agni
-O que pode dizer sobre os participantes? – Akutenshi recostou-se na cadeirae e levou a mão esquerda ao queixo.
-Não muito mais do que já sabe Vossa graça – Levi estava sentado frente ao Rei do Norte na mesa do salão menor no castelo de Agni. Um salão pequeno somente no nome, mais de cem metros quadrados utilizados por Kamael em suas refeições particulares.
Chegou logo ao amanhecer, em seu veleiro e trouxe consigo apenas doze pessoas, dez homens de sua guarda pessoal, Alicia e a Duquesa de Lif, mulher do Senhor Juan Lif, vassalo dos Vindlys. Levi já estava mandando preparar um desjejum no salão principal quando Akutenshi lhe fez mudar o local da refeição “não quero causar alarde” disse ele, “vim apenas assistir a terceira parte da competição”.
-E sobre a garota? Os boatos sobre ela, são verdade? Diz-se que não há homem em Varuna que empunhe com tanta maestria a variedade de armas que ela pode usar, e que nem mesmo o rei do norte é pario para o seu estilo Kendo.
-Realmente sei pouco sobre ela, e boatos são boatos, não podemos dar credito ao que o povo diz – a inquietação de Levi era visível.
-Acha que é Enric seu problema maior? – Levi apenas continuou olhando para o que comia – Profecias às vezes se cumprem, ainda mais se vindas de um dragão – Akutenshi sorria enquanto o Conselheiro fazia uma tentativa frustrada.
Na noite em que Levi foi encarregado de selar a maldição, Apollyon proferiu palavras em Malgo antigo (a língua da extinta cidade dos dragões) e logo depois recitou uma curta maldição em Sumö (língua dos descendentes de Sundra, poderosos feiticeiros) num tom delirante, sem sentido na época, mas que teriam realmente algo haver com o presente momento:
“Na noite da lua, na noite do rei. Dragões lutarão pela morte, Dragões lutarão pela coroa e pela vida, antes dos homens e das mulheres. E serão reis, todos eles serão. Eu serei rei! Eu, meu pai e filho! Ou não haverá mais Altamir!”.
-Não acredito que delírios possam ser tomados por profecia...
-Mente muito mal meu caro – o rei do norte sorriu – e mentiu pra mim a manhã inteira - se consertou na cadeira - ouvi dizer que você não disse aos participantes que tem um dragão solto naquela floresta. É muito insensato de sua parte...
-Isso deve fazer parte do processo de coroação. Assim como você, os outros devem saber quando um homem está mentindo – foi a primeira vez que Levi sorriu naquela manhã, mesmo que sarcasticamente – Se não fosse assim não poderiam governar.
-Então, até quando pretende manter suas mentiras?
-Até que eles descubram por si mesmos, a verdade vai ser revelada a eles, antes mesmo do que imagina. E ambos têm uma verdade a conhecer...
-Além de mim, e de Alicia, quem mais sabe o nome dos reis?
- Aron Kurayuki e Gerald, - olhou para o conselheiro que estava pouco distante, na mesma mesa, conversando com a Duquesa – e foi por ele que eu soube - o outro conselheiro, Aroldo, estava ao lado de Levi prestando atenção na conversa, mas sem opinar em nenhum momento. Parecia manter reverencia ao outro, como um servo a seu senhor.
-Então ele ainda está vivo?! – Aron Kurayuki foi um dos conselheiros de Kamael, o líder que antecedeu Levi, antes de Agni se tornar a cidade principal.
-Sim, e pelo que eu sei, ele pretende ensinar Magia Milenar...
Muito bom o capítulo o/
ResponderExcluir